quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

5ª Reunião - 20/01/2021

     No início dessa reunião, deu-se continuidade às apresentações das resenhas em vídeo sobre a obra O Filho de Mil Homens do autor Valter Hugo Mãe. Deixo aqui o link da playlist criada pela Dafhine, minha colega de PIBID, contendo todas essas resenhas feitas pelos pibidianos: só clicar aqui! 

    Até o momento, muitas questões em relação à docência foram postas como importantíssimas para nós, futuros professores, ficarmos cientes. As que mais me marcaram, principalmente pela forma poética e inspiradora da fala do Professor Luiz, foram as que tratam sobre a honestidade que devemos ter em relação aos nossos alunos (em um exemplo simples: "como vou cobrar que meu aluno seja leitor se eu não sou?") e sobre a visão ampliada que precisamos ter em relação à escola e o que ela significa. 

    Tratando sobre essa segunda questão, a da escola, o Professor Luiz inicia sua fala, fazendo-nos refletir sobre o que realmente a escola é. Questione-se: quando te perguntam o que é uma escola, o que você diz? Você pensa apenas no prédio, nas salas, na estrutura física? O Professor Luiz nos leva além, traz o mundo para dentro do ambiente educacional, quebrando suas as paredes (ou as tornando intangíveis) para que tudo que a cerca possa adentrá-la a fim de que a pensemos de uma maneira contextualizada, real. O prédio é a escola, os alunos, os professores, os funcionários, mas também a família dos alunos, a vizinhança, o bairro. A escola não é algo fora da sociedade, que deixe tudo no lado de fora de seus muros e portões, ela faz parte da sociedade e vice-versa. 

    Após essa reflexão, a Professora Andreia nos traz mais sobre a teoria que usaremos na nossa experiência no PIBID: o estudo dos Letramentos. Como eu disse em algum post anterior, é um área do ensino de línguas que me traz interesse, mas que eu ainda pouco sei a respeito. Dessa vez, a Professora Andreia delimita com qual conceito de Letramentos trabalharemos, ao apresentar a obra Letramentos Sociais do professor e pesquisador Brian Street. 

    Além disso, também utilizando-se de Street primeiramente, apresenta-nos a etnografia, método de pesquisa que usaremos para buscar compreender o ambiente educacional, interagir com ele e modificá-lo. Nesse tipo de abordagem, o pesquisador procura entender eventos do ponto de vista mais próximo dos participantes desses eventos, assim, descrevendo-o a partir do que ele significa para a comunidade que o constitui. 

    Por fim, passou-se para os bolsistas a atividade de lançar um olhar etnográfico sobre os acontecimentos do filme Xingu, a fim de que haja o percebimento e a descrição de momentos nesse filme nos quais existam o encontro com o "outro" (que é o título dessa atividade), ou seja, momentos nos quais duas culturas, dois povos, pelo meio que for, encontram-se. 

    Essa foi a última aula antes do recesso. Tenho essa atividade do filme Xingu e também a de fazer o vídeo-resenha sobre o livro A Elegância do Ouriço. Acredito que ainda nesta semana trarei novidades sobre o andamento dessas tarefas. Até mais! 

sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

4ª Reunião - 13/01/2021

    No dia 13 de janeiro de 2021, nós retornamos após as férias (bastante atarefadas) do PIBID, realizando a nossa 4ª reunião (questiono-me se continuarei informando qual é número da reunião toda vez que relatá-la aqui, daqui a um ano estarei falando "50ª reunião...").

    Acredito que todos estávamos ansiosos em relação a esse encontro devido à apresentação das resenhas (aquela do post anterior), para assisti-las em grupo, para receber os comentários... Obviamente, considerando que o tempo da reunião é de 2h, não foram exibidas todas as resenhas. Assim, usou-se o método do voluntariado para selecionar as resenhas a serem assistidas: os primeiros a se voluntariar, apresentariam. 

    A impossibilidade de mostrar todas as resenhas na reunião me fez rememorar (por causa também de um rápido questionamento feito por um dos integrantes do meu grupo no WhatsApp) a apresentação feita pela Profa. Ma. Verônica Maria Silva dos Santos na aula inaugural do PIBID (o primeiro post deste blog). 

    Ao expor suas experiências em sala de aula, ela falou que, quando passa alguma atividade para os alunos que resultará em algum material (textos, histórias em quadrinhos, vídeos), possibilitava que todos apresentassem. A ideia é evitar selecionar através de uma classificação que busca os "melhores" trabalhos para apenas esses serem demonstrados, visto que a ideia de "melhores" traz consigo a sua antítese, os "piores", assim, podendo desmotivar, rebaixar esse grupo de alunos relacionados dessa maneira negativa.

    No entanto, o que fazer quando nos deparamos com contextos de aulas que não há possibilidade de agir da mesma maneira que a Profa. Verônica, como foi o caso desse último encontro do PIBID? Esse método de pedir voluntários é a melhor solução? Considerando a diversidade de personalidades entre os alunos, esse grupo dos que expressam desejo de apresentar seus trabalhos não acabaria por se repetir? Da mesma forma, o grupo dos que não apresentaram, por diversos fatores possíveis, se manteria também. O que fazer então? 

- Parágrafo-intruso¹: espero não ter viajado demais nessa problematização - 

    Retornando para reunião em si, após fazer algumas ressalvas em relação funcionamento do PIBID, o Prof. Luiz voltou a falar, mais uma vez, sobre a importância de fazermos o que cobramos dos nossos alunos, por exemplo: a necessidade de leitura e de escrita. Enquanto professores de língua, certamente buscaremos desenvolver o hábito de ler e escrever em nossos alunos, mas essa ação se torna, de certa forma, desonesta caso nós não darmos o exemplo em nossas vidas. Assim, esse ciclo de leitura proposto nos ajuda na habituação com a leitura constante, e a escrita no blog, por sua vez, faz com que escrevamos com frequência. 

    Iniciou-se, então, as apresentações dos bolsistas que se voluntariaram. Os comentários a respeito se centraram no fato de que, mesmo se debruçando sobre a mesma obra para criar as resenhas, cada bolsista realizou uma leitura singular. Todo leitor traz sua bagagem de vida que forma uma lente única pela qual ele lerá o texto, sempre tendo algo de novo, de diferente para adicionar à leitura de uma obra.

    O Prof. Luiz, com a sua inspiradora maneira de falar a respeito da literatura e dos livros, marcou-me e acredito que a todos (pelos menos a maioria) com um comentário lindo e poético, no qual ele disse que um livro não é um livro, e sim metade, pois só será um livro quando lido, visto que a outra metade somos nós, leitores, que construímos a obra juntamente com o autor ao trazermos a nossa leitura ativa para esse processo. E, para que o aluno se torne esse coautor, é necessário, primeiro, que haja uma sensibilização por parte desse aluno para com o texto literário, e nós, prováveis futuros professores de literatura, temos a responsabilidade de lutarmos para que isso aconteça. 

    Por fim, a Profa. Andrea nos apresentou dois novos livros, também de autores estrangeiros e contemporâneos, a fim de dar continuidade ao ciclo de leitura. São eles: A Elegância do Ouriço (Muriel Barbery, 2006) e o Incolor Tsukuru Tazaki e Seus Anos de Peregrinação (Haruki Murakami, 2013). Entre os dois, deverá ser escolhido um para ler e desenvolver uma resenha em vídeo sobre ele. Fiquei muito indeciso sobre qual escolher, mas acabei optando pelA Elegância do Ouriço, acredito que devido a essa temática de luta de classes e uma provável pegada bastante marxista, que me interessa. No entanto, espero conseguir ler os dois. 




Notas: 

1: Parágrafos-intrusos são parágrafos que entram no meio do texto, mas não fazem necessariamente parte dele, apenas aparecem para, como neste caso, introduzir algum pensamento do autor sobre o próprio texto que está sendo escrito, geralmente em um dialogo direto ou indireto com o leitor. Eles são usados em situações nas quais não seria interessante apenas abrir um parêntese ou algo do tipo para que o autor se insira de maneira direta no texto. 

- Parágrafo-intruso-das-notas: estou me sentindo a própria Conceição Evaristo criando palavras compostas. 

quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

Resenha: O Filho de Mil Homens - Valter Hugo Mãe

    Olá, pessoal! Esta é a primeira postagem do ano de 2021 referente a uma atividade realizada neste ano, e já apresento a vocês o resultado da tarefa mais desafiadora, até o momento, proposta no PIBID. 

    Na última reunião do ano de 2020, os coordenadores Luiz Fernando e Andrea da Silva trouxeram a ideia de um ciclo de leitura e o primeiro livro selecionados por eles foi O Filho de Mil Homens do autor português Valter Hugo Mãe. Com a finalidade de propagação dessas leituras, deu-se aos bolsistas a tarefa de fazer uma resenha sobre a obra em vídeo, pegando carona no sucesso dos booktubers. 

    Aqui está a minha resenha em vídeo:


    

    Eu adorei essa proposta, pois me fez realizar algo que eu nunca tinha feito antes: gravar um vídeo para o Youtube! Fiquei satisfeito com o resultado final do vídeo? Sim, mas sabendo que posso melhorar mais para as possíveis outras oportunidades. 

    Tentei me ater ao tempo sugerido de 5 minutos, mas admito que foi muito difícil, pois, embora seja um livro não muito longo, é de uma profundidade reflexiva imensa, abordando diversos temas sociais e existenciais. 

    Para finalizar, gostaria de mostrar um pouco do making-of  do vídeo, que me rendeu um pouco de dor de cabeça. 

    Não tendo uma câmera com tripé ou qualquer outra coisa para apoiar meu celular, criei esse maravilhoso apoio para ele utilizando da cadeira da mesa, um banco e alguns panos: 

    Na falta de um cenário superlegal como os dos booktubers que assisto, utilizei a parede na qual penduro um quadro de giz e tentei recriar a ilustração da capa do livro publicado pela editora Biblioteca Azul, que eu achei linda! 

    Consegui, finalmente, gravar uma versão do vídeo que me agradasse, após 2h em pé (agora, penso que eu deveria ter usado a cadeira para gravar sentado). Com a gravação concluída, procurei um programa de edição de vídeo e encontrei o Adobe Premiere Pro. Com o tempo que eu tinha, a edição se resumiu a fazer os cortes das partes desnecessárias do vídeo, pois foi a única coisa que aprendi a fazer nesse programa. Na primeira edição, o áudio ficou em desacordo com o vídeo e eu não fazia ideia de como resolver. Me desesperei um pouco? Sim... Já estava há 1h realizando os cortes? Sim... Mas, comecei tudo de novo e consegui finalizá-lo.

    

    E isso tudo acontecendo durante a madrugada! Foi um trabalho difícil, mas eu adorei e espero que vocês também tenham gostado! Assistam também as resenhas realizadas pelos meus colegas, que estão na descrição do vídeo no Youtube. Ficaram maravilhosas!


quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

3ª Reunião - 09/12/2020

     No dia 09 de dezembro de 2020, aconteceu a terceira reunião do PIBID - Letras Português da UFAL. Nesse encontro, primeiramente, foi falado rapidamente sobre os documentos que baseiam a educação no Brasil: a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e como eles estão desconectados da realidade de muitas escolas e como o que está contido neles se apresenta de uma maneira muito geral, não abrangendo as especificidades dos variados ambientes escolares distribuídos por esse país de dimensões gigantescas, com povos, culturas e necessidades muito diferenciadas.    

    Eu já tinha entrado em contato com esses documentos, incluindo o Plano Nacional de Educação (PNE), no período passado, na disciplina de Política e Organização da Educação Básica no Brasil, com mais profundidade, devido ao tempo encurtado do período e também por causa do tamanho menor do documento, na LDB. Ao lê-la, logo se percebe que diversos de seus artigos e incisos são desrespeitados na prática, como várias leis estabelecidas no Brasil também são. Por exemplo, creio que, no mínimo, metade do 3º artigo do título II da LDB, intitulado "Dos Princípios e Fins da Educação Nacional", é não é posto em prática, visto que elegeu-se um presidente que, em seu plano de governo, defende o expurgamento da ideologia de Paulo Freire. 

    Tendo em vista o distanciamento existente entre o que está escrito e a concretude material, nós, enquanto estudantes de licenciatura, portanto não só estudiosos de linguística ou literatura, mas também de educação, ocupamos a posição de solucionadores dessas problemáticas, a fim de alterar a realidade do sistema educacional brasileiro, ou pelo menos do maceioense (ajudando a melhorar uma escola já está valendo), para que atinja os dizeres dos documentos basilares da educação, mas também modificando e atualizando esses documentos para que eles guiem da melhor forma o ideal de uma boa educação. 

    Nesse sentido, o PIBID é um projeto com uma grande importância, pois se configura como uma ponte que traz de um lado a universidade - representada principalmente pelos pibidianos -, que traz suas pesquisas, suas novidades, suas possibilidades de mudanças e, do outro lado, a escola de ensino básico - representada sobretudo pelas professoras supervisoras pelos seus alunos -, que traz a experiência, a vivência real necessária que o mundo acadêmico necessita para não flutuar apenas no campo das ideias, com a finalidade, também, de os bolsistas já entrarem em contato com o ambiente no qual muito provavelmente trabalharão após a graduação. 

    Após essas reflexões mais gerais sobre a educação, o tema da leitura, que se refere especialmente aos professores de línguas, foi introduzido. Mais especificamente, a leitura de clássicos durante o ensino básico. Inserir nas aulas a leitura de algum clássico pode ser um problema, pois há todo um receio em cima de grandes nomes, principalmente o de Machado de Assis. Ao citar a possibilidade de trabalhar com esse autor, os alunos, geralmente, são impelidos a negativar a ideia, referindo-se à dificuldade da escrita e a sua não atualidade, à provável "chatice" da narrativa e, também, por ser uma leitura vista como obrigatória, por ser passado pelo professor. Assim, incluindo outros motivos, cria-se uma repulsa a esse tipo de livro. 

   Aventurar-se por um clássico da literatura é ótimo e, para nós de letras, é bastante necessário conhecermos esses textos. No entanto, o quão necessário é para um aluno do ensino fundamental, que ainda não possui um hábito de leitura, ser colocado contato logo com um Machado de Assis, Guimarães Rosa ou José de Alencar? Para deixar mais claro, não é que não se deva apresentar as obras desses grandes autores aos alunos, e sim, não se deve reduzir a literatura apenas a eles. Fazendo uma rápida analogia com outro lado da educação de línguas, não se deve renunciar ao ensino da morfologia ou da sintaxe, mas sim, demonstrar que o estudo sobre a língua não se resume apenas a esses temas mais linguísticos. A questão não é ignorar os clássicos ou o estudo estrutural da língua, a questão é ir além! 

     

2ª Reunião - 02/12/2020

    No dia 02 de dezembro de 2020, aconteceu o 2º encontro dos integrantes do PIBID - Letras Português da UFAL. Nesse momento, apresentou-se oficialmente os supervisores e coordenadores do programa deste ciclo, como também o que se espera do projeto, além de um rápido quadro de como se sucedeu o projeto no ciclo anterior. 

    Por falar em apresentação dos supervisores, percebi que até agora não citei, em nenhum texto anterior, a minha supervisora, a Profa. Mércia Isabel da Silva Lima, que já se demonstra uma pessoa muito simpática e uma profissional superdedicada. Infelizmente, devido ao contexto excepcional de pandemia, ainda não a conheci pessoalmente. 

    Na reunião, a Profa. Dra. Andrea da Silva Pereira, abordou a questão do letramentos, inter e transdisciplinaridade e o uso de multimodalidades da língua. Esses são temas presentes na teoria e na prática da educação de línguas, assim, sendo um conhecimento necessário para nós, pibidianos. Particularmente, são temas que aguçam minha curiosidade. 

    Utilizando-se de Carlos Alberto Faraco, em sua obra Norma Culta Brasileira: desatando alguns nós, ela nos traz uma concepção de língua como "uma entidade cultural e política e não propriamente linguística". Assim, caracterizando a língua como instituição viva na sociedade. Acredito que, após esse rápido contato com o pensamento de Faraco, todos os pibidanos ficaram ansiosos para lê-lo, incluindo a mim. 

    O Prof. Dr. Luiz Fernando, por sua vez, trouxe a questão da difusão da leitura para a roda. A problemática de fazer com que os alunos brasileiros (e a sociedade no geral) pratiquem o hábito da leitura é bastante complexa, pois faz surgir alguns questionamentos: os alunos não leem mesmo? Por que não leem? Quais tipos de leitura se espera desses alunos? A leitura praticada pelos alunos é aceita no âmbito da escola? Entre diversos outros questionamentos que precisam ser resolvidos a fim de ajudar de verdade os alunos a desenvolverem sua prática de leitura. 

   Por fim, o Prof. Luiz nos fez pensar a respeito do que é a escola, de seu significado, do que ela abrange. A escola seria apenas o prédio que a constitui? As suas paredes? A sala de aula? Saindo desse plano estrutural, seria então os membros que a constituem: alunos, professores, diretoria e coordenação, funcionários em geral? Seria então os conteúdos abordados dentro do seu ambiente, focalizados apenas nele? Não! A escola vai além, não possui muros, está na sociedade e a sociedade está nela, pois todos os seus membros trazem a sua história e o seu contexto para dentro da vivência escolar; além disso, a escola faz parte de uma comunidade que adentra esse âmbito de diversas formas, sejam positivas, sejam negativas, e é necessário ter essa ciência para poder realizar uma ação positiva nas diversas escolas, considerando suas diversidades de situações que condicionam seu modo de existir. 


Charge: "Mergulhe de Cabeça na Leitura" - Autor: Altair Oliveira da Fonseca

        Adorei essa charge pois fala sobre mergulhar na leitura, não especificando qual, não elencando os clássicos, não colocando uma quantidade, apenas pede que leia um livro. Que a primeira meta seja, simplesmente, adentrar no mundo da leitura! 

Banner com os resultados finais do PIBID

Os dia 19/04, 20/04 e 21/04  foram dedicados à confecção do banner com os resultados finais das atividaes que realizamos no PIBID.