No dia 13 de janeiro de 2021, nós retornamos após as férias (bastante atarefadas) do PIBID, realizando a nossa 4ª reunião (questiono-me se continuarei informando qual é número da reunião toda vez que relatá-la aqui, daqui a um ano estarei falando "50ª reunião...").
Acredito que todos estávamos ansiosos em relação a esse encontro devido à apresentação das resenhas (aquela do post anterior), para assisti-las em grupo, para receber os comentários... Obviamente, considerando que o tempo da reunião é de 2h, não foram exibidas todas as resenhas. Assim, usou-se o método do voluntariado para selecionar as resenhas a serem assistidas: os primeiros a se voluntariar, apresentariam.
A impossibilidade de mostrar todas as resenhas na reunião me fez rememorar (por causa também de um rápido questionamento feito por um dos integrantes do meu grupo no WhatsApp) a apresentação feita pela Profa. Ma. Verônica Maria Silva dos Santos na aula inaugural do PIBID (o primeiro post deste blog).
Ao expor suas experiências em sala de aula, ela falou que, quando passa alguma atividade para os alunos que resultará em algum material (textos, histórias em quadrinhos, vídeos), possibilitava que todos apresentassem. A ideia é evitar selecionar através de uma classificação que busca os "melhores" trabalhos para apenas esses serem demonstrados, visto que a ideia de "melhores" traz consigo a sua antítese, os "piores", assim, podendo desmotivar, rebaixar esse grupo de alunos relacionados dessa maneira negativa.
No entanto, o que fazer quando nos deparamos com contextos de aulas que não há possibilidade de agir da mesma maneira que a Profa. Verônica, como foi o caso desse último encontro do PIBID? Esse método de pedir voluntários é a melhor solução? Considerando a diversidade de personalidades entre os alunos, esse grupo dos que expressam desejo de apresentar seus trabalhos não acabaria por se repetir? Da mesma forma, o grupo dos que não apresentaram, por diversos fatores possíveis, se manteria também. O que fazer então?
- Parágrafo-intruso¹: espero não ter viajado demais nessa problematização -
Retornando para reunião em si, após fazer algumas ressalvas em relação funcionamento do PIBID, o Prof. Luiz voltou a falar, mais uma vez, sobre a importância de fazermos o que cobramos dos nossos alunos, por exemplo: a necessidade de leitura e de escrita. Enquanto professores de língua, certamente buscaremos desenvolver o hábito de ler e escrever em nossos alunos, mas essa ação se torna, de certa forma, desonesta caso nós não darmos o exemplo em nossas vidas. Assim, esse ciclo de leitura proposto nos ajuda na habituação com a leitura constante, e a escrita no blog, por sua vez, faz com que escrevamos com frequência.
Iniciou-se, então, as apresentações dos bolsistas que se voluntariaram. Os comentários a respeito se centraram no fato de que, mesmo se debruçando sobre a mesma obra para criar as resenhas, cada bolsista realizou uma leitura singular. Todo leitor traz sua bagagem de vida que forma uma lente única pela qual ele lerá o texto, sempre tendo algo de novo, de diferente para adicionar à leitura de uma obra.
O Prof. Luiz, com a sua inspiradora maneira de falar a respeito da literatura e dos livros, marcou-me e acredito que a todos (pelos menos a maioria) com um comentário lindo e poético, no qual ele disse que um livro não é um livro, e sim metade, pois só será um livro quando lido, visto que a outra metade somos nós, leitores, que construímos a obra juntamente com o autor ao trazermos a nossa leitura ativa para esse processo. E, para que o aluno se torne esse coautor, é necessário, primeiro, que haja uma sensibilização por parte desse aluno para com o texto literário, e nós, prováveis futuros professores de literatura, temos a responsabilidade de lutarmos para que isso aconteça.
Por fim, a Profa. Andrea nos apresentou dois novos livros, também de autores estrangeiros e contemporâneos, a fim de dar continuidade ao ciclo de leitura. São eles: A Elegância do Ouriço (Muriel Barbery, 2006) e o Incolor Tsukuru Tazaki e Seus Anos de Peregrinação (Haruki Murakami, 2013). Entre os dois, deverá ser escolhido um para ler e desenvolver uma resenha em vídeo sobre ele. Fiquei muito indeciso sobre qual escolher, mas acabei optando pelA Elegância do Ouriço, acredito que devido a essa temática de luta de classes e uma provável pegada bastante marxista, que me interessa. No entanto, espero conseguir ler os dois.
Notas:
1: Parágrafos-intrusos são parágrafos que entram no meio do texto, mas não fazem necessariamente parte dele, apenas aparecem para, como neste caso, introduzir algum pensamento do autor sobre o próprio texto que está sendo escrito, geralmente em um dialogo direto ou indireto com o leitor. Eles são usados em situações nas quais não seria interessante apenas abrir um parêntese ou algo do tipo para que o autor se insira de maneira direta no texto.
- Parágrafo-intruso-das-notas: estou me sentindo a própria Conceição Evaristo criando palavras compostas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário